Cidadania financeira: quais os meus direitos e deveres?

Seja para planejar a própria aposentadoria, seja para organizar viagens, ou ainda para construir uma casa, dar um futuro melhor aos filhos ou qualquer outro objetivo, a educação financeira tem ganhado um merecido espaço nos últimos anos. E essa é uma ótima notícia.

A aplicação adequada do dinheiro depende de uma mudança de mentalidade. Não é preciso abrir mão de qualidade de vida no presente em nome das próximas décadas. Pelo contrário: saber como investir e de que maneira alocar os recursos pode garantir uma boa dose de tranquilidade ao dia a dia.

O conceito mencionado de educação financeira está incluído em outro, mais amplo: o de cidadania financeira. Já ouviu falar no assunto? Se quer entender termos importantes nesse cenário, continue conosco até o final do post!

Educação financeira

Um dos pilares da cidadania financeira é a educação no que diz respeito ao dinheiro. Essa definição aborda o acesso a variados formatos de conteúdo que são capazes de aumentar o pensamento crítico individual sobre investimentos, desde os conceitos até os riscos e demais elementos.

Por meio da educação financeira, você passa a ter as ferramentas necessárias para avaliar prováveis retornos de investimentos, além de questões como as diferenças entre renda fixa e renda variável, rentabilidade, cenários mais palpáveis para o futuro etc. E o principal: tudo sempre de acordo com a sua realidade específica.

Não à toa, o consumo de materiais relacionados ao tema não para de crescer. Em vídeos, textos ou outras plataformas digitais, a educação financeira ganha espaço e qualifica o ecossistema, dando poder às pessoas. No fim das contas, o resultado é a maior capacidade de tomadas de decisões eficientes e adequadas para cada contexto.

Orçamento pessoal

A cidadania financeira permite que o indivíduo aja segundo as próprias possibilidades. Para isso, é essencial a elaboração de um orçamento pessoal, pois só esse tipo de organização faz com que cada gasto receba uma avaliação correta. Trata-se de um registro da previsão de despesas e receitas, sempre prezando pela cautela.

Está pensando em trocar de carro, por exemplo? Ou quer escolher o destino dos sonhos para as próximas férias de verão? Então, o orçamento pessoal cumpre papel decisivo para decisões saudáveis, já que você, com a devida disciplina, só escolhe alternativas realistas conforme os recursos disponíveis.

O orçamento pessoal, a partir da clareza que oferece, organiza a vida financeira e, quando seguido, nunca coloca as prioridades individuais em risco. Caso ele possibilite uma troca de veículo ou uma viagem, você pode ir tranquilo e sem o medo de causar impactos negativos no balanço dos próximos meses.

Proteção ao consumidor

A aceleração do processo de digitalização, especialmente durante a pandemia de Covid-19, também fez subir a quantidade de crimes cibernéticos. Bandidos desenvolvem novos golpes com frequência, o que exige bastante conhecimento para não se tornar a próxima vítima.

Mensagens mal-intencionadas aparecem aos montes, e páginas fraudadas imitando o layout de sites de instituições sérias não ficam para trás. Nesse cenário de novos usuários consumindo produtos financeiros online, a cidadania financeira desempenha papel crucial.

A transparência nas operações é uma obrigação de todas as empresas que realizam processos no ambiente digital. Hoje em dia, não se pode confiar em marcas que não fornecem informações robustas e de qualidade sobre os serviços oferecidos.

Participação

Conforme já ressaltamos acima no post, a cidadania financeira atua dentro de um ecossistema. Nesse espaço, todos os envolvidos devem se manifestar, interagindo entre si e colaborando para a geração de um senso de união e proteção.

A participação intensa permite que as pessoas assimilem novas informações a respeito de temas abordando dinheiro e planejamento econômico. E esse caminho está sendo trilhado: basta conferir o estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Bem mais da metade da população do nosso país manifesta a intenção de aplicar o próprio dinheiro, mesmo que o desejo seja impedido pela escassez de recursos. Diante desse contexto, a participação é essencial para estimular a produção e o consumo de conteúdos sobre o assunto.

Recentemente, aliás, o Banco Central desenvolveu e lançou um programa chamado Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), medida que busca fomentar o engajamento em pautas a respeito da cidadania financeira. Canais de iniciativa privada, até mesmo em plataformas como o YouTube, também são ótimas fontes, desde que apresentem a devida credibilidade.

Inclusão

Em pesquisa promovida pelo Americas Market Intelligence, foi observada uma redução de mais de 70% no número de brasileiros desbancarizados durante o período da pandemia em 2020. Desbancarizada, se você nunca ouviu falar, é a pessoa física que não possui conta em banco.

Essa redução é significativa e aponta para um futuro positivo, mas ainda assim existem milhões de indivíduos que não têm acesso a serviços bancários. E isso prejudica bastante a inclusão financeira, impedindo que se alastrem bons hábitos de planejamento e aplicação do dinheiro.

A inclusão, dentro do conceito de cidadania financeira, resulta em benefícios sociais, econômicos e políticos. Afinal de contas, permite ganhos de mobilidade social, facilita o contato da família com meios de pagamentos antes inacessíveis e desburocratiza uma série de obrigações econômicas, por conta da conexão com a internet.

Instituições bancárias também saem ganhando, pois caem as despesas operacionais e a equipe passa a lidar com menos quantidade de dinheiro em espécie. De quebra, o governo é capaz de realizar um melhor rastreamento das transações, reduzindo a evasão de tributos e outros problemas ligados a movimentações ilegais.

Conforme observamos, a definição de cidadania financeira é bem ampla e abarca vários pilares. Lembre-se: educação, orçamento pessoal, proteção ao consumidor, participação e inclusão representam as chaves para desenvolver uma sociedade mais igualitária no aspecto econômico.

Saber o que fazer com o próprio dinheiro empodera o indivíduo e o aproxima de sonhos pessoais, sem jamais minimizar a qualidade de vida atual. É uma mentalidade que precisa ser modificada para, a longo prazo, manifestar vantagens claras no dia a dia.

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